quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sobre coringas e escorpiões

Já era tarde da noite. Sentado na poltrona do escritório, ele fazia listas de música num papel. Um complexo de sentimentos lhe vinham à memória de vez em quando e pedaços de frases soltas lhe soavam como ecos de um passado sombrio. Pensava no presente e percebia que o que sentia era também um reflexo de tudo o que acontecia lá fora, na vida real. Desistira talvez de encontrar sentido para tudo aquilo. Via no caos uma saída, quase uma salvação. Perdido num labirinto de dúvidas, teria desacreditado na humanidade, teria perdido a fé nas pessoas. Olhava o relógio de pulso e via as horas passar. Sua essência estava ali, cravada no corpo, na mente, na alma, e isso só fazia com que se sentisse cada vez mais estranho àquele mundo lá fora... Dentro dele ainda batia um coração, de pedra.
"Why so serious?"
"Whatever doesn't kill you, simply makes you... stranger." - The Dark Knight

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