terça-feira, 29 de março de 2011

sábado, 26 de março de 2011

A cidade

Belo Horizonte, sexta-feira, 25 de março de 2011. Um moço pedala tranquilamente a sua bicicleta. Um menino toma coca-cola enquanto espera o ônibus. Uma senhora de braço quebrado atravessa a rua. Um homem de boné carrega um saco de laranjas nas costas. Uma menina caminha com o seu cachorro. Dois homens retiram sacos de cimento de um caminhão. Mãe e filha descem a rua cantando. Um pai tira o bebê do carro. Um cara fala ao telefone em frente à padaria. Um carro liga o pisca-alerta. Um jovem limpa as janelas de um edifício. Um bando de pássaros voa até o telhado do prédio mais próximo. Um garoto se abaixa para pegar as chaves no chão. Um ônibus cheio cruza a avenida. Uma mangueira rega as plantas do canteiro central. Um carro buzina. Algumas árvores balançam com o vento. Um frentista completa o tanque de gasolina. Um senhor empurra um carrinho de supermercado. Uma mulher balança sua sacola vermelha. Um homem coloca o botijão de gás na moto. Um menino solta da mão da mãe e corre. Dois homens conversam sentados na calçada. Uma mulher varre a rua. Um jovem de mochila sobe o morro. Uma moça carrega uma sombrinha. Um senhor de bengala atravessa a rua. Um motoqueiro ultrapassa um ônibus. Duas meninas caminham na calçada. Um cachorro olha pra fora da janela do carro. O pôr-do-sol aponta no horizonte. E dentro do carro um coração bate forte escutando esta música... de novo, de novo e de novo.


quinta-feira, 24 de março de 2011

Cadena








Nem é preciso que a vitória seja assim tão grande para que jamais seja esquecida: cadena da minha primeira via amarela. Top 2 da "Das Pedras", treino do dia 21 de março de 2011. Valeu, Kaka! Ouvir você cantar o Tema da Vitória depois do "crux" me fez sentir dentro de um carro de Fórmula 1 na reta final! Essa conquista é nossa!


terça-feira, 22 de março de 2011

trilhas eruditas 5

E foi assim que eu redescobri os fones de ouvido... 
... de olhos bem fechados.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Outono em Belo Horizonte


"Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim tão diferente

Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber, que o pra sempre, sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa"

Por Renato Russo, ao som de Cássia  Eller -  Por enquanto

domingo, 20 de março de 2011

Lua

Ontem a lua se (des)fez cheia em meu coração...

"Everything is connected"*


Maybe Tomorrow - Stereophonics

I've been down and I'm wondering why
These little black clouds keep walking around with me, with me
Waste time and I'd rather be high
Think I'll walk me outside and buy a rainbow smile but be free, they're all free
So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home

I look around at a beautifiul life
I've been the upper side of down
been the inside of out but we breathe, we breathe

I wanna a breeze in an open mind
I wanna swim in the ocean
wanna take my time for me, all free

So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home

So maybe tomorrow I'll find my way home
So maybe tomorrow I'll find my way home


*by Rod

Depeche Mode


sábado, 19 de março de 2011

"Seus achismos e meus apostos"

Às vezes acho, outras deixo de achar. 
Que apostos (seus? alheios?) virão (virão?) dos meus achismos?
Sempre que dá vontade de achar, hesito.
"Nem sempre se diz o que se acha. Nem sempre deve-se dizer o que se acha. Nem sempre o que se diz condiz com o que se acha."
Aposta?

Janela


"I waited 'till I saw the sun
I don't know why I didn't come
I left you by the house of fun
I don't know why I didn't come"
Norah Jones, "Don't know why" - Danmark, abril de 2003

quinta-feira, 17 de março de 2011

O Caçador de Pipas

"- Por você, faria isso mil vezes!"
Dezembro de 2001
"EU ME TORNEI O QUE SOU HOJE aos doze anos, em um dia nublado e gélido do inverno de 1975. Lembro do momento exato em que isso aconteceu, quando estava agachado por detrás de uma parede de barro parcialmente desmoronada, espiando o beco que ficava perto do riacho congelado. Foi há muito tempo, mas descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar. Olhando pra trás, agora, percebo que passei os últimos vinte e seis anos da minha vida espiando aquele beco deserto." 
Khaled Hosseini, The Kite Runner, pág. 9.

terça-feira, 15 de março de 2011

Bon Voyage!


Hoje meu pai vendeu o Voyage. Adquirido em 1982, foi um dos seus primeiros carros (depois dos outros dois Fuscas). Felizmente não se foram junto com ele todas as lembranças boas dos velhos tempos: as estradas de terra do Jequitinhonha; as idas para a escolinha da tia Zeth em Araçuaí; o passeio até a ponte do São Francisco como distração do machucado no rosto; a perseguição do ladrão de passarinhos em Pirapora; as brigas de irmãos para ver quem ficava no meio, entre os bancos; as alegres idas à Cabo Frio; a travessia para Buritizeiro comendo biscoito de polvilho; a jogatina de baralho nas viagens para a fazenda do Tio Olavo; as visitas aos avós maternos em Luz; o "Vão bora com Deus e Nossa Sinhora!" do meu pai ao arrancar o carro; o rádio de sintonizar à mão, que depois só pegava a Antena 1; o calmo levantar da rede de vôlei do pessoal da rua, que fazia sinal pro carro passar; a espera na saída do colégio São Pascoal, que nos levaria ao "balanço de escada" da mangueira lá de casa; as idas e vindas para as festas da adolecência com os amigos do Pio XII; as inúmeras idas na padaria pra comprar sorvete de pote; o abre e fecha da garagem debaixo da marquise; a espera na esquina do TFLA; as idas ao posto de vacinação com os cãezinhos da minha vida; a primeira vez sozinha depois de tirar carteira de motorista; a dificuldade de estacionar o carro na PUC nos últimos anos de faculdade; os passeios pra Uberlândia, Uberaba, Campos Altos, Lagoa da Prata e Córrego D'anta; as idas às aulas de balé, piano, jazz e natação; as cantorias com meu irmão na ida pra ACM fazer o treinamento do Youth Exchange; anos e mais anos levando meu pai pro trabalho no projeto Rondon e minha mãe pra Benvinda de Carvalho; a primeira vez no Shopping Del Rey, logo na inauguração; o leva e traz de materiais de construção que nos rendeu a casa onde moramos; as saídas à noitinha pra levar as "Palmiras" pra casa; o barulho "irreconhecível" do motor e da buzina...

"Bon voyage", carro amigo! Que você continue a trazer muitas alegrias por essas estradas afora!

domingo, 13 de março de 2011

O pianista russo

Denis Kozhukhin, vencedor do Concurso Rainha Elisabeth da Bélgica de 2010.
Recital do dia 11 de março de 2011 no Teatro Dom Silvério: Haydn, Brahms e Liszt.
Quando a música soa doces e perversas lembranças nos seus ouvidos é sinal de que as paixões (re)vivem dupla(dubia)mente no seu coração. 

Pedal na chuva



Domingo de céu ranzinza. 7h49. Despertar sem despertador, tamanha a vontade de pedalar! "Acorda Pernaaaa!". Quadro Schiwinn 15, Suspensão Proshock E60R, Rapid fire Shimano Alivio, Freio V-brake, Selim Vélo, Par de Aros Scape Aero Vzan, Raios Inox, Pneus IRC Mhytus e todo o resto em dobro pra dentro do carro! "Tá choviscando!". "Na calçada ou na rua?". "Na rua." Garoa. Cabelos ao vento. "Pedala Pernaaaa!" No cantinho pra desviar das poças d'água. "Bora Perna!" Risadas. Subidinha. Muda a marcha. Lagoa vazia. Alguns aventureiros com e sem guarda-chuva. Um cãozinho sem rumo. "Cavalos!". "Bom dia". "Bom dia!". Passa o parque, passa o zoo. "Uhuuuu!". Mais risadas. A chuva aperta. Marcha-ré. Árvores pequeninas: "Abaixaaaaaa!" Velocidade. Olhares cruzados. Colírio pro lado contrário, de perder o embalo. Piso irregular: "Levanta o bumbum!" Folhas amarelas no chão. Uma sensação gostosa. Velocidade. "Pedalaaaaaa!" Um pássaro faz vôo rasante. Distração: água nos joelhos. Curvas. Chuva que cai de mansinho. Reta final. Olho pra trás: "Boraaaaaaaaaaa Pernaaaaaaaa!". Risadas de tirar o fôlego. Barulho de freio. Feito crianças...

Pampulha, abril de 2010


quarta-feira, 9 de março de 2011

A dois passos do paraíso

Terça-feira de carnaval. Previsão de ontem: tempo chuvoso durante o dia e a noite. Acordo e olho pro relógio: 9h30. Putz, estou atrasada! Xixi, ligo o chuveiro, ligo o computador: faço a seleção da trilha sonora (perco a hora e os amigos, mas não perco a música! rs). Entro pro banho, saio. Mastigo um pedaço de pão de queijo. Tiro a bateria da câmera da tomada, insiro o cartão de memória, visto a roupa, penteio o cabelo, escolho a bolsa, envio mensagens, pego a blusa de frio, desplugo o mp3, bebo um copo d'água, deço as escadas, entro no carro, pego a Lana na Augusto de Lima, o Márcio e a Juliana em Santa Tereza e pé na estrada com muita chuva! Primeiro destino: mirante da Serra do Rola-Moça.  Câmeras a postos: pausa da chuva, cliques mil! De volta à estrada, próximo destino: Moeda. E quem disse que vimos a Serra? Muita neblina: 40km/h. Fome chegando. Um restaurante com vista pra chuva e comida mineira. Garfos a postos: atacar! Arroz, feijão tropeiro, contra-filé, vinagrete, batata frita, salada e omelete, mas faltou a sobremesa, o que nos levou ao próximo destino: Macacos! Doce de abóbora, carnaval de rua, igrejinha e logo, logo mais chuva! No som, hitz dos anos 80, nos semblantes, muita risada com "pé de galinha", nos olhares, o encanto das montanhas de Minas, no caminho de volta, uma certeza: estávamos mesmo "a dois passos do paraíso"!



segunda-feira, 7 de março de 2011

Don't let me down

"Let’s build something to climb on
Making the show a live one
No need for make-up let’s be real
Give all in what your giving
Making life worth living
Being alive’s how you should feel
Oh and don’t let, don’t let me down
My feelings are near the ground"



Sobre a diferença




Eu tocava violão pra você - 1997

Nas manhãs de vento forte
O céu só era cinza e feio
Você pediu guarda-chuva
pra não se molhar...

...mas não ouviu meu violão
eu tocava pra você.

Eu tocava em dó maior
você seguiu lá menor.

Foi então que eu descobri:
Você era diferente
e a sua diferença
me igualava aos anjos
na nuvem branca que
tocavam pra você.

Eles brincavam com as notas
não se importavam com as respostas
espalhavam primavera
sem escolher pra quem.

E a minha canção 
era só pra trazer de volta
o que você
nunca quis ser.

Eu tocava
violão pra você...
Eu tocava
violão pra você...


domingo, 6 de março de 2011

Black Swan




because this movie
came just in time
for all you want
is to live
your black swan side

sábado, 5 de março de 2011

Expresso 2222

"Começou a circular o Expresso 2222
Que parte direto de Bonsucesso pra depois
Começou a circular o Expresso 2222
Da Central do Brasil
Que parte direto de Bonsucesso
Pra depois do ano 2000
Dizem que tem muita gente de agora
Se adiantando, partindo pra lá
Pra 2001 e 2 e tempo afora
Até onde essa estrada do tempo vai dar
Do tempo vai dar
Do tempo vai dar, menina, do tempo vai
Segundo quem já andou no Expresso
Lá pelo ano 2000 fica a tal
Estação final do percurso-vida
Na terra-mãe concebida
De vento, de fogo, de água e sal
De água e sal, de água e sal
Ô, menina, de água e sal..."
Expresso 2222, Gilberto Gil                          
                                                 De outros (por outros) carna (sinais) vais... Salvador 2005



Away from the sun


"Cause now again
I've found myself so far down
Away from the sun that shines into the darkest place
I'm so far down
away from the sun again
Away from the sun again"
3 Doors Down


"Save tonight 
and fight the break of dawn
Come tomorrow - tomorrow I'll be gone" - Eagle-Eye Cherry



quarta-feira, 2 de março de 2011

A bag of tools


Isn't it strange
That princes and kings,
And clowns that caper 
In sawdust rings, 
And common people 
Like you and me 
Are builders for eternity?

Each is given a bag of tools, 
A shapeless mass, 
A book of rules; 
And each must make,
Ere life is flown 
A stumbling block 
Or a stepping-stone.

R. L. Sharpe, "A bag of tools"

Sobre "A elegância"



"É possível ser tão dotado e tão cego diante da presença das coisas? (...) Parece que sim. Certas pessoas são incapazes de captar no que contemplam o que dá a essas coisas a vida e o sopro intrínsecos, e passam o tempo a discorrer sobre os homens como se se tratasse de autômatos, e sobre as coisas como se não tivessem alma e se resumissem ao que pode ser dito sobre elas, ao sabor das inspirações subjetivas."

"A elegância do ouriço" de Muriel Barbery, pág. 32.





"uma estrada, um campo coberto de flores, um carro, o vento e uma janela aberta..."