sábado, 20 de outubro de 2012

CÃOZIM

"Que belo exemplar canino
me fita da rua de baixo.
Olha-me e as patas agita,
ou rói algo sobre o capacho.
Divisa-me e não me adivinha
(se sou da dor ou do escracho).

Mirá-lo me enternece,
sozinho, do balcãozinho,
olhando a noite que desce
encobridora do seu carinho.
(Tanto a dar e ali se deixa,
falto de atenção...)

Mas a tarde não está para queixas,
só sorrisos da janela.
E os tolos que, feito desfeita,
façam outra coisa dela."*

*Gabriel Nogueira Maia

Um comentário: